quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Da casa que eu nasci, nasceu versos jorrados da alma

o assunto era a casa que nasci

ai eu disse.

na casa que nasci tinha
porta de vara e pilão
uma forma atrás da porta
com água de cacimbão
e o vento entrando nas brechas
da janela do oitão

poeta biu salvino.

Deus me inspirou e respondi de improviso:


Silvano Lyra Mauricea
Tinha em casa um portão,
Que a minha mãe fechava,
Não deixava a gente livre,
De dentro sempre brechava,
Quem pulasse aquele muro,
Cedo ou tarde apanhava.

Silvano Lyra Mauricea
Às vezes me acanhava,
E enterrava na cabeça
Levava trocha de roupa,
Sem que o rosto apareça,
E não dá pra esconder,
Não quero que isso pereça

Silvano Lyra Mauricea
Que a mente não esqueça,
Sem conforto eu morava
Minha cama de capim,
E apesar disso eu gostava,
Cinco latas de carvão,
Na janela mãe botava.

Silvano Lyra Mauricea
Com tudo isso eu estava,
Muito bem nesse ambiente,
Minha casa muito pobre,
Mas alegrava a gente,
Eu só falei a verdade,
Não sou daquele que mente

Silvano Lyra Mauricea
O que era bem diferente,
Eu posso dizer agora,
Minha mãe servia a Cristo,
E o meu pai estava fora,
Mas ficou lindo legado,
Que eu replico na hora.

Silvano Lyra Mauricea
Se um dia eu for embora,
Com minha cabeça erguida,
Jesus Cristo me acompanha,
Deu-me alma aguerrida,
Não vejo nada melhor,
Pra trocá-lo nessa vida.

Silvano Lyra Mauricea
E sofrida foi minha lida,
Mas hoje vejo mudança,
Tenho casa pra morar,
Sinto-me como criança,
Tenho até alguma sobra,
Fruto da minha pujança.

Silvano Lyra Mauricea
No meu tempo de criança,
Eu Agucei a memória,
E procurei ferro velho,
Vidro quebrado e escória,
Não posso sentir vergonha,
Dessa minha linda História.

Silvano Lyra Mauricea
Eu não quero esbanjar glória,
Por isso vou relatando,
Eu comi ovos quebrados,
Pouco o pai tava ganhando,
Enchi os olhos de lágrimas,
Mas continuo lembrando.

Posso até está ajudando,
Quem não sabe agradecer,
Descrevi meu sofrimento,
Pra hoje eu puder dizer,
Que meu passado foi pobre,
Mas não dá pra me esconder.

A ninguém quis ofender,
Com esse breve relato,
Enalteço aqui meus pais,
Meus irmãos e nesse fato,
Deus me deu sem merecer,
Por isso eu não sou ingrato.

Eu convivi com o barato,
Por isso sei quanto custa,
Tem gente que joga fora,
Levando uma vida injusta,
O pai desse se esmerou,
Nem assim ele se assusta.

Biu eu não sei quanto custa,
O que meu deu de presente,
Eu nem sei como medir,
Não tenho régua na mente,
Os meus versos malabares,
Como ator nesse ambiente.

Poetizante BR

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